segunda-feira, 28 de junho de 2010

Chega a Copa do Mundo e é sempre a mesma situação, o mundo pára somente para assistir tais jogos, eu particulamente não tenho paciência para ficar assistindo um jogo inteiro, toda vez é sempre a mesma história começo a assistir, depois me bate uma preguiça e trato de fazer outra coisa que seja do meu agrado. Enfim, já tentei gostar de copa do mundo, já tentei gostar de futebol, mas percebi que não preciso mudar somente para agradar uma massa, eu tenho que ser eu mesma independente dos meus gostos ou não. Enfim, um breve desabafo aqui em meu blog literário.

Agora mudando de assunto...

Estou estudando mitologia grega por conta própria, e estou realmente encantada pela magia e riqueza dos contos. Aconselho a todos!!! Li essa versão simplificada dos contos, feita exclusivamente para jovens, muito interessante!!!

Segue o link:


http://www.scribd.com/doc/2259379/Contos-e-lendas-da-mitologia-grega-para-jovens

No próximo post, farei uma seleção de poemas que giram ao redor da mitologia grega em geral.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Uma sexta-feira. Um poema de Fernando Pessoa

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos
Só nós somos sempre
Iguais a nós- próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Fonte: Fernando Pessoa - Poesias Editora : L&MPOCKET

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Boneca

Deixando a bola e a peteca
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira: "É minha!"
-"É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava

Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.

Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.

E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca...

Olavo Bilac


Esse poema junto com poemas de Pedro Bandeira e Cecília Meireles marcaram minha infância. Ao ler um livro de Poesia Parnasiana, fiquei muito feliz por tê-lo encontrado, pois é muito bom poder relembrar poesias apreciadas em outras partes da vida.

^^

terça-feira, 15 de junho de 2010

[10]

Quantas vezes o amor me tens ferido?
Quantas vezes a razão me tens curado?
Quão fácil de um estado a outro estado
O mortal sem querer é conduzido!

Tal, que em grau venerando, alto e luzido,
Como que até regia a mão do fado,
Onde o sol bem de todos, lhe é vedado
Depois com ferros vis se vê cingido:

Para que o nosso orgulho as asas corte,
Que variedade inclui esta medida,
Este intervalo da existência a morte!

Travam-se gosto, e dor;sossego e lida;
É da lei da Netureza, é lei da sorte
Que seja o mal e o bem matiz da vida.


Luzido: Verbo luzir: Vistoso, brilhante, pomposo
Cingido: verbo cingir: rodeado, cincundado
Matiz: Combinação de cores diversas num todo.

Fonte: Sonetos de Bocage- Editora Núcleo


Soneto maravilhoso de Bocage no qual ele reflete as mudanças de estados de espiríto no ser humano, associando-os com as mudanças que se processam na natureza. A instabilidade não é referência somente do ser humano, mas também da própria vida.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"O Crime de Lord Arthur Savile"- Oscar Wilde

Após ler "O Retrato de Dorian Gray" de Oscar Wilde tornei-me profunda admiradora desse escritor, ele escreve de uma maneira simples, profunda e poética, impossível não ficar envolvido pelo que ele narra. Li "O Crime de Lord Arthur Savile" também de Oscar Wilde, e vou postar alguns trechos que despertaram minha atenção:

"Somos nós nada mais que peças de um jogo de xadrez, movidas por forças invisíveis, vasos que o oleiro amolda segundo a sua fantasia?"

(...)

"Os atores são criaturas felizardas. Podem escolher entre representar uma tragédia ou uma comédia, decidir se vão sofrer ou divertir-se, rir ou chorar. A vida real, porém, é diferente. A maioria dos homens e das mulheres é forçada a representar papéis para os quais não têm pendor."

(...)

"O mundo é um palco, mas o elenco é mal escolhido."

(...)


"... viu silhuetas distorcidas pela pobreza e pela velhice. Sentiu-se dominado por estranha compaixão. Estariam aqueles filhos do pecado e da miséria predestinados ao seu fim, como ele ao seu? Seriam como ele meros fantoches de um espetáculos monstruoso?.
No entanto, não foi o mistério, mas a comédia do sofrimento que o impressionou: sua absoluta inutilidade, sua grotesca falta de significado. Como tudo parecia incoerente e desprovido de qualquer harmonia! Como era supreendente o desacordo entre o otismismo superficial da época e a vida real!"


"Havia algo na delicada beleza da aurora que lhe pareceu indivizivelmente patético e fê-lo pensar em todos os dias que rompem como esplendor e terminam em tempestade."

"As maravilhosas condições físicas do momento o haviam dominado, como frequentemente acontece com naturezas bem formada, pois os sentidos, como o fogo, podem tanto purificar como destruir."

Esse conto de Wilde narra a história de Lorde Arthur, no qual dias antes de seu casamento, tem uma revelação por intermédio de um quiromante à respeito do seu destino. Devido a esse acontecimento, nascem pensamentos à respeito da vida e do destino.