Deixando a bola e a peteca
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
Dizia a primeira: "É minha!"
-"É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava
Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca...
Olavo Bilac
Esse poema junto com poemas de Pedro Bandeira e Cecília Meireles marcaram minha infância. Ao ler um livro de Poesia Parnasiana, fiquei muito feliz por tê-lo encontrado, pois é muito bom poder relembrar poesias apreciadas em outras partes da vida.
^^
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